sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Caminhos da Vida Booktrailer


A música escolhida tem tudo a ver com a história, pois a personagem principal, Emma, está se sentindo só depois de perder o pai e o namorado. Eu não tinha pensado nela de início, mas a minha prima por um acaso me lembrou dela. Eu a agradeço imensamente por ter começado a gostar dessa música enquanto eu fazia o booktrailer do meu livro. rsrs Eu adoro a Taylor Swift, então foi um prazer colocar uma de suas músicas românticas no vídeo.

A Place In This World

I don't know what I want, so don't ask me
Cause I'm still trying to figure it out
Don't know what's down this road, I'm just walking
Trying to see through the rain coming down
Even though I'm not the only one
Who feels the way I do


[Chorus:]


I'm alone, on my own, and that's all I know
I'll be strong, I'll be wrong, oh but life goes on
I'm just a girl, trying to find a place in
This world


Got the radio on, my old blue jeans
And I'm wearing my heart on my sleeve
Feeling lucky today, got the sunshine
Could you tell me what more do I need
And tomorrow's just a mystery, oh yeah
But that's ok


[Repeat Chorus]


Maybe I'm just a girl on a mission
But I'm ready to fly


[Repeat Chorus]

Um Lugar Nesse Mundo

Eu não sei o que eu quero, então não me pergunte
Porque eu ainda estou tentando entender isso
Não sei onde essa estrada vai dar, Eu estou apenas andando
Tentando ver através da chuva que vem caindo
Embora eu não seja a única
Quem se sente do jeito que eu me sinto


(Refrão:)


Eu estou sozinha, comigo mesma, e é tudo que eu sei
Eu serei forte, eu estarei errada,oh mas a vida continua
Eu sou apenas uma garota, tentando achar um lugar
nesse mundo


Estou com o rádio ligado, meu velho jeans azul
e eu estou vestindo meu coração na minha manga
Me sentindo sortuda hoje, tenho o sol brilhando
Poderia me dizer o que mais eu preciso fazer
E amanhã é apenas um mistério, oh sim
Mas tudo bem


(Repetir Refrão)


Talvez eu seja apenas uma garota com uma missão
Mas eu estou pronta pra voar


(Repetir Refrão)

Caminhos da Vida - Primeiro Capítulo

O céu estava tão cinzento naquela tarde. Parecia até que ele sabia o que tinha acontecido. Nuvens carregadas com chuva se formavam sobre o bairro onde eu morava. Conseqüentemente, as ruas estavam todas desertas. As pessoas evitavam sair naquele frio. As folhas amarronzadas das árvores cobriam o chão do parquinho da praça onde eu estava, formando um extenso tapete. Apenas alguns carros passavam de vez em quando na estrada contornando a praça que ficava no centro da rua. Os sinos da igreja badalaram três  horas  me acordando dos pensamentos. Ao mesmo tempo em que eu estava ali sentada no balanço daquele parque eu me encontrava perdida, absorta até ouvir os três badalares.  Aparentemente eu era a única pessoa corajosa o bastante para enfrentar  aquele  mau  tempo.  Meus  cabelos  voavam  com  a  ventania  fria soprando na direção sul. Meus dedos começavam a congelar na corrente do balanço. Não demorou nem um minuto para  começar  a chover. No começo bem devagar e em segundos se transformou em uma  espécie de temporal. Minha  roupa  começava  a  encharcar.  Já  era  hora  de  partir.  Eu  estava  ali sentada desde as nove horas da manhã depois que o enterro acabou. Sim, um enterro. E não era de uma pessoa qualquer. Era do meu pai.

Avistei um táxi se aproximar e então me dirigi ao meio-fio. Fiz sinal quando ele já estava próximo. O taxista parou o carro em frente a mim. Eu já abria a porta do assento de trás quando o taxista rapidamente abaixou a janela do carro.

- Ei! Não vai sentando assim não. Espera aí que eu vou pegar um plástico para você sentar  em  cima. – Ele disse apressado. Poucos segundos depois ele abriu a porta e desceu do carro segurando um guarda chuva.
Pensei em dar uma resposta mal criada, mas estava muito cansada praquilo. Olhei a minha frente e vi meu reflexo na janela. Meu rosto pálido contrastava com as vestes pretas. Meu cabelo estava encaracolado por causa da água da chuva. Meu corpo magricela não dava nenhum sinal de gravidez. Sim, além de ter perdido meu pai eu ainda estava grávida de dois meses. Isso seria normal se eu fosse casada e tivesse mais que dezesseis anos. Eu me  sentia tão perdida ao mesmo tempo em que solitária. Achei que passando um tempo longe de todos conseguiria achar o chão que me foi arrancado, mas eu estava enganada. Eu continuava do mesmo jeito. Talvez até pior.

Após vasculhar o porta-malas, o taxista voltou com um plástico que ele usou para forrar todo o banco traseiro. Só assim tive a permissão para me sentar. Foram dez minutos de uma viagem silenciosa. O motorista ainda tentou puxar assunto comigo, mas eu não estava com vontade de falar, então para não ser ignorante eu respondia apenas com leves movimentos da cabeça. Depois de cinco tentativas ele desistiu e apenas perguntava  quando  tinha dúvidas de onde virar para chegar até minha casa.

Quando o táxi parou em frente a minha casa a primeira coisa, se eu posso chamar assim,  que eu vi foi o meu avô. Ele estava sentado na varanda da nossa casa parecendo esperar por alguém. Ainda vestia o terno preto que usou no enterro. Seus cabelos pareciam ainda mais branco visto dali. Enquanto eu adentrava em casa ia reparando no lamaçal que se tornou o jardim mal cuidado da frente depois de molhado pela chuva. Andei em passos largos quando me aproximei da varanda e fui rápida ao entrar em casa. Eu não queria nem olhar para a pessoa que era obrigada a chamar de avô. Corri escada acima, minha bota rangendo molhada, e entrei no meu quarto batendo a porta com toda a força. Meu quarto. Meu refúgio. O único lugar que eu podia chamar de meu e não ser importunada. Naquele instante eu me dei conta da tamanha bagunça em que ele se encontrava. Parecia que tinham  colocado ele de cabeça pra baixo. De pernas pro ar. Era assim que estava minha vida agora.

Parei no centro do quarto e passei os olhos em toda a bagunça que eu havia feito mais  cedo. Havia roupa espalhada por toda a parte. Pratos ainda com resto de pizza da noite anterior estavam sobre a mesa do computador. Parei diante do espelho pendurado na parede do meu quarto e detestei o que eu vi. Minha imagem. Por que eu estava viva? Por  que não tinha sido eu naquele acidente de carro? Por que meu pai? As lágrimas vinham involuntariamente, eu nem precisava fazer força para chorar. Uma raiva incontrolável tomou conta de mim. Eu queria quebrar tudo pela frente. Cerrei meus dentes e fechei meus punhos  como se fosse socar alguém e então peguei o primeiro objeto que avistei na escrivaninha. Uma bailarina de porcelana. Eu estava com tanta raiva. Raiva de mim. Raiva do mundo. Rodei a pequena bailarina em minhas mãos como  se  a  examinasse  e  então  suspendi  a  mão  que  segurava  o  objeto. Quebrar aquele espelho aliviaria grande parte  da  minha tensão. Eu estava prestes a executar tal ato quando senti uma mão agarrar meu pulso suspenso no ar. Por trás da minha vista embaçada de lágrimas consegui enxergar a imagem do Ricardo refletida no espelho.

- Calma, Emma. Vai ficar tudo bem. – Disse ele bem próximo ao meu ouvido.

A voz dele agiu como um calmante dentro de mim. A mão dele ainda estava firme em meu pulso. Aos poucos fui abrindo minha mão e então o objeto caiu no chão fazendo a cabeça da bailarina rolar para longe do corpo.

- Isso. Vai ficar tudo bem. – Repetiu ele.

Abaixei meu braço e tapei meu rosto com as mãos caindo no choro. Ricardo deu a volta e me abraçou apertado. Senti uma das mãos dele passar por trás das minhas pernas e então meu corpo foi suspenso no ar. Ele me levou no colo até minha cama. Enquanto ele fazia isso eu aspirava o perfume da camisa dele afundando meu rosto em seu peito. Era tão tranqüilizador sentir o cheiro dele, saber que ele estava ali do meu lado.

Ele me colocou na ponta da cama e então arrastou o monte de roupa que tomava conta dela pro chão, depois se sentou ao meu lado me abraçando de forma que minha cabeça ficasse apoiada em seu peito.

- Eu sei que está sofrendo nesse momento, mas eu juro que não vou te abandonar  agora. Eu vou fazer de tudo  para te  ver feliz. – Ricardo disse enquanto acaricia meu cabelo.

Eu balancei a cabeça concordando.

- Você tem a mim. Eu te amo. – Continuou ele.

Eu peguei em sua mão e a apertei com força como resposta de que também estava com ele. Eu tentei falar alguma coisa, mas toda vez que eu começava minha  voz  saia  trêmula  e  aquilo  me  fazia  voltar  a  chorar  sem  conseguir pronunciar qualquer coisa. Era impossível para eu falar naquele momento, mas eu sabia que Ricardo havia entendido. A última coisa que eu senti foi um beijo seu na minha testa.

Quando acordei o sol quente batia direto no meu rosto. Continuei deitada sem me mover. Rapidamente as lembranças de duas noites atrás invadiram minha mente. Ricardo e eu  estávamos comendo pizza enquanto assistíamos a um filme no computador quando a porta do quarto se abriu.

- Emma, desligue esse computador, quero falar com você. – Disse meu avô autoritário como sempre.

Eu revirei  meus  olhos  e  fingi  não  ter  escutado  nada.  Ele  estava  sempre querendo  mandar em mim como se fosse meu pai. Eu não falava com ele desde que eu tinha seis anos que foi a idade em que ele começou a me bater. Era sempre a mesma coisa todos os  dias. Enchia a cara em um boteco e quando voltava para casa descontava em mim. Marcas do passado me faziam odiá-lo. Ele vivia me criticando por não falar com ele, não respeitá-lo,  e não gostar dele. Que culpa eu tinha se ele próprio tinha causado essa repulsa em mim?

- Emma, - Ele vacilou um segundo, enquanto eu fingia não ouvi-lo mais uma vez, mas na verdade eu estava bem atenta. -, o seu pai morreu.

Eu quase  me engasguei  com  o  pedaço  de  pizza  que  eu  engolia  naquele momento. Aquela frase veio como uma faca acertando em cheio meu coração. Cheguei a pensar que  não tinha ouvido direito, mas quando virei meu rosto para a porta do quarto e vi a  expressão  no rosto do meu avô eu soube que tinha entendido certo. Ele realmente falava sério. Senti as lágrimas querendo sair, um nó na garganta começava a me sufocar, meu coração batia tão forte que era capaz de ouvi-lo. Me levantei as pressas da cadeira e corri em direção a escada, desci-a sem rumo enquanto o Ricardo me seguia.

- Emma, Calma! – Ricardo gritou tentando me fazer parar.

Continuei a correr até chegar do lado de fora de casa onde estava chovendo. Eu não sabia para onde ir, mas meu corpo agia por mim querendo correr pelas ruas sem rumo atrás do  meu  pai sem mesmo saber onde ele se encontrava naquele momento. Parei no meio da varanda olhando de um lado a outro da rua decidindo qual caminho seguir.

- Meu pai, Ricardo. Onde ele está? – Perguntei trêmula sem saber para onde ir. Ricardo tocou em meu ombro e tentou me tranqüilizar.

- Vamos subir e conversar com seu avô sobre isso, Emma. Ele pode nos contar o que aconteceu e onde ele se encontra.

- Não, não, não! – Gritei descontrolada dando tapas nas mãos que o Ricardo me estendia para que ele se afastasse e não tentasse me parar.

Eu tinha que procurar o meu pai. Eu tinha que comprovar com meus próprios olhos que aquilo era verdade.

- Eu quero meu pai! Eu tenho que ir lá. – Gritei desnorteada apontando para um lado qualquer da rua.

- Mas ir pra onde? Nem sabemos o que aconteceu. Vamos entrar e conversar com seu avô. Não iremos saber o que aconteceu se ficarmos aqui parado.

- Não! – Eu gritei perturbada tapando os ouvidos com as mãos.

- Não saia daqui. – Ricardo me ordenou entrando de volta para casa. Mesmo estando preocupado em me deixar ali, ele foi procurar saber o que aconteceu. Continuei ali chorando  desesperada esperando o Ricardo voltar. Quando ele veio ao meu encontro me pediu calma e disse que iríamos até o hospital em que estava o corpo do meu pai. Eu ainda tinha  esperanças de que meu pai estivesse  com  vida  até  chegarmos  ao  hospital.  Uma  das  enfermeiras  se prontificou para nos levar até o quarto onde meu pai estava. Meu coração parecia que ia sair pela boca conforme nos aproximávamos de lá. A todo instante eu pensava “Tomara que não seja ele! Por favor, Não é o meu pai!”, mas quando nos  aproximamos do quarto, do lado de fora, através de um retângulo de vidro na porta, era possível ver o corpo de um homem estirado em uma maca. Eu comecei a chorar de soluçar quando reconheci aquele homem sobre a maca e Ricardo me abraçou tentando me acalmar. A enfermeira abriu a porta da sala e nos deixou entrar por primeiro.

- Eu sinto muito, querida. Nós fizemos de tudo, mas a batida foi realmente muito feia e  infelizmente ele não resistiu. – Dizia a enfermeira, mas eu não conseguia  ouvir  exatamente  nada.  Era  como  um  zumbido  irritante  de  um mosquito entrando em meu ouvido que eu tentava bloquear.

Eu não acreditava no que meus olhos estavam vendo. Era realmente ele. Algumas horas atrás eu havia ligado para o trabalho dele e ele me disse que estava saindo de lá, e agora ele estava ali deitado, morto, com seu corpo todo costurado como se fosse um pedaço de  pano. Era tão doloroso pensar que nunca mais conversaria com ele. Ele nunca saberia que a filha problema dele estava grávida. Eu nunca mais o abraçaria. Nunca mais diria que o  amava. Nunca mais diria que o odiava quando brigássemos por coisas tolas. Nunca mais o veria emburrado quando eu pedisse desculpas por algum erro. Nunca mais ouviria suas risadas vindas do quarto de madrugada quando ele estivesse assistindo filmes de comédia  por  causa  da insônia. Eu nunca  mais ficaria preocupada quando ele saísse e não voltasse para casa quando combinado e eu nem levaria mais broncas quando chegasse da casa do meu namorado de madrugada.

Eu nem tive tempo de me despedir. Nem mesmo dei um abraço nele antes de ele ir ao  trabalho. Eu nem ao menos tinha visto ele durante aquele dia até aquele momento. O único contato que tivemos foi por telefone quando eu tinha acabado de chegar da casa do Ricardo  e avisei que precisava contar uma coisa importante a ele. Ele ainda me deu uma bronca por ter dormido na casa do Ricardo sem ter avisado. Olha só que coisa, a última coisa que eu ouvi do meu pai e guardaria na memória seria uma bronca.

- Eu nem pude abraçá-lo hoje como todos os dias. – Eu comentei em meio às lágrimas.

- Então abrace agora. – Ricardo me incentivou, tocando em meu ombro.

- Nem acredito que essa será a última vez, Ricardo. – Eu disse enxugando as lágrimas. E então sussurrei as próximas palavras. – A última...

Eu me aproximei do meu pai passando a mão pelo rosto frio e pálido dele antes de tomar coragem de abraçá-lo. Ele parecia estar num sono tranqüilo.

- Vocês precisam sair da sala agora. Precisamos levar o corpo. – Disse a enfermeira,  mas  eu  nem  dei  atenção  para  sua  indelicadeza  e  continuei  a despedida.

- Adeus, pai. – Eu disse.

Com certeza aquela não era a mesma coisa, mas mesmo assim eu o beijei na testa em despedida, passei minha mão em seu rosto, e o abracei pela ultima vez.

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E aí pessoal, o que acharam? Espero que vocês tenham gostado! Beijos!

Conhecendo a autora

Olá pessoal!!! Meu nome é Karina Cristina e algumas pessoas já devem me conhecer pelo Toalete Feminino, meu blog junto com minhas amigas onde abordamos assuntos do mundo feminino em geral, e onde eu também falo sobre livros que é uma coisa que eu amo. O que muitos não sabem é que eu também sou escritora. Bom, não uma escritora profissional, pelo menos não por enquanto, mas pretendo ser em breve; por isso crei este blog, no intuito de conseguir a publicação do meu livro "Caminhos da Vida". Ele ainda não possui uma editora, já encaminhei o manuscrito para algumas no final do ano passado, mas por enquanto ainda não obtive nenhum retorno. Eu sei que o processo de análise é demorado, mas se vocês blogueiros me ajudarem, as coisas irão se agilizar, e quem sabe ainda nesse ano não terei meu livro publicado????
Bom, é isso. No próximo post irei colocar o primeiro capítulo do meu livro e o booktrailer que eu fiz. XD

Beijos, beijos!
E obrigada a todos pela força!